terça-feira, 29 de maio de 2012

O Boato – Um dos piores vírus dentro de uma organização

Recentemente recebi por e-mail a figura abaixo:
O contexto ilustra muito bem um dos piores “vírus” que pode infectar uma empresa, o Vírus BOATO.

É incrível a capacidade que as pessoas têm de “criar” histórias baseadas em “fofocas”, eu fico às vezes impressionado com a criatividade e habilidade de distorção das informações, e o pior de tudo é que quem conta, expressa as situações com detalhes que faz a pessoa que está escutando até chorar.

Estava lembrando daquela minissérie “O Alto da Compadecida”, onde um dos personagens (Chicó) conta um monte de histórias, com detalhes dos mais impressionantes, porém, quando eram solicitadas explicações por alguns fatos não fazerem muito sentido, ele respondia: “Isso aí eu não sei, mas eu só sei que foi assim”.

Infelizmente muitas organizações estão contaminadas com este vírus, fazendo com que a “rádio peão” divulgue situações que não fazem sentido algum, não tem “pé nem cabeça”, mas para o funcionário aquilo passa a ser verdade.

O boato é um vírus complicado de tratar, pois tem algumas características muito difíceis de serem neutralizadas, as principais são as seguintes:

1- É mutável: Dependendo da situação a informação é passada de uma maneira, cada informante acrescenta ou diminui o contexto conforme com os interesses ou de acordo com o tema que está sendo discutido.

2- Difícil rastreabilidade: É impressionante, mas ás vezes um boato surge e se prolifera durante os intervalos do café, geralmente quando alguém quer puxar um assunto já começa assim: “Você já viu o que está acontecendo na área tal...” e aí a coisa começa. O complicado depois é identificar onde, como e quando começou, pois nunca ninguém falou nada do assunto, simplesmente só ouviu falar. É complicadíssimo rastrear o início de um boato.

3- Falsa realidade: Na maioria das vezes o boato é disseminado misturado a alguns fatos reais, entretanto isto não quer dizer que tudo que está sendo informado é verdade, situações como esta fazem com que a informação seja absorvida com facilidade pela empresa, inclusive já presenciei situações onde o gestor tomou decisões baseadas no boato que ouviu num bate papo de corredor. Essa falsa realidade gera um desgaste enorme para que a empresa consiga reverter os fatos, em alguns casos tentar expor os fatos reais, faz parecer que a empresa está querendo omitir as situações reais. Tem muita gente que usa a seguinte expressão: “Onde há fumaça, há fogo”. Eu discordo, pois nem sempre o que parece é, seguindo esta analogia metafórica, podemos estar enxergando uma fumaça branca, que na verdade está sendo gerada por gelo seco.

Uma das principais conseqüências deste vírus é diretamente percebida no Clima Organizacional, dependendo da proporção e da relevância do boato, pode acontecer uma grande desmotivação na equipe, impactando na maioria das vezes nos resultados da empresa e até mesmo a curto prazo na perda de alguns profissionais.

As vacinas para este vírus em minha opinião deve ser a mistura da “Transparência nas informações”, com um “Canal de comunicação formal” e por fim a “Confiança” na gestão da empresa. Quando uma organização conseguir juntar estas três vacinas, combinadas em um sistema de gestão consolidado, onde os valores da empresa são disseminados e compartilhados com todos os envolvidos da organização, será muito difícil o vírus se espalhar e “infectar” as pessoas.

Fraternalmente.

Leandro José Soares